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sexta-feira, 12 de outubro de 2012

Chifre em cabeça de porco


No Miss Brasil deste ano, uma das candidatas entrevistada pelo programa 'Pânico', agora exibido pela Bandeirantes, mesma emissora do concurso, reclama não ter ganho a disputa com um reclamo, no mínimo, esquisito. Diz ela algo do tipo ter vindo para tentar mudar um estado de coisas, o que, considerando o fato de a menina ser mulata, significava um protesto de cunho étnico, feito por uma afrodescendente revoltada por não ter sido eleita uma negra. Esqueceu-se a moça de que ela mesma havia chegado à condição de miss de seu estado (não me lembro se ES ou RR), o que constitui uma vitória, pois sim. Pelo jeito, pouco valorada. A propósito, também para o meu gosto pessoal, ela não era a mais bonita das concorrentes.

Naqueles mesmos dias, um obscuro Instituto de Advocacia Racial e Ambiental (IARA), entrou com representação junto à Controladoria Geral da União (CGU) para investigar a compra do livro 'Negrinha', de Monteiro Lobato, pelo Ministério da Educação (MEC). O motivo seria o pretenso conteúdo racista da obra que, assim sendo, não poderia ter sido adquirida com recursos públicos. Aliás, a entidade reclama ainda de outra obra, 'Caçadas de Pedrinho', também de Lobato e igualmente acusada de racismo.

Os dois episódios mostram que está na hora de refrear esse ódio racista que se pretende incutir na sociedade brasileira, onde jamais existiu. Em vez de buscar a harmonia entre as pessoas, viver em paz, tem gente mais interessada em usufruir seus quinze minutos de fama, ou lucrar, de algum modo, semeando a discórdia geral.

Que tal enxergar o semelhante realmente como um igual e, dessa forma, mostrar-se 'inteli-gente'?

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ConCidadão
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segunda-feira, 27 de agosto de 2012

Estatística Denorex


Uma conhecida piada define a estatística como sendo igual ao biquíni: mostra tudo, mas esconde o essencial. Pois cada vez mais o uso não criterioso dessa ciência vem levando a interpretações errôneas dos fatos, de modo intencional ou até por ignorância ou ingenuidade - esta última, menos provável. É a disseminação irresponsável do que poderíamos chamar de 'efeito Denorex', em alusão a um xampu anticaspa ainda no mercado, que lançou-se aos consumidores com o slogan 'parece, mas não é', com a ideia de contrapor a aparência (falsa, de remédio) e a essência (verdadeira, de sabão para os cabelos).

Uma matéria sobre estágios no Jornal da Globo de sexta 24 mostrou o renque das carreiras mais procuradas e as bolsas (salários) oferecidas. Após alguns números mostrados, a reportagem asseverou que os estagiários (os rapazes) ganham mais do que as estagiárias, induzindo o raciocínio de que haja alguma discriminação, ao se pagar pelo trabalho de homens e mulheres, estas sendo as prejudicadas. Logo em seguida, contudo, é explicado que isso acontece em virtude da preferência dos jovens do sexo masculino por carreiras (mormente Economia e Engenharia) que pagam bolsas maiores e, em consequência, pela predominância das meninas em cursos cujos estágios pagam menos.

Ou seja: não existe discriminação alguma! Apenas uma manifestação numérica, isenta, de um retrato do que de fato acontece. É exatamente na denúncia de 'afirmações' obtidas por meio do subterfúgio de usar números honestos para expressar a vontade - nem tão honesta assim - de grupos específicos que se calca um excelente livro do jornalista Ali Kamel, diretor da Central Globo de Jornalismo. Em sua obra 'Não somos racistas - uma reação aos que querem nos transformar numa nação bicolor', Kamel denuncia o fomento de um ódio racial sistemático no Brasil, que ele convincentemente defende jamais ter existido entre nós, por meio de políticas de cotas e outros assistencialismos de ocasião. A obra mostra, entre outros estratagemas, a transformação de pretos e pardos em um só grupo, os 'negros', como uma eficaz ferramenta criada para justificar uma prevalência do protecionismo sobre a meritocracia, no intuito de resolver problemas como a Educação de baixa qualidade, o descompasso de renda e a carência de emprego, em especial naquilo que atinge o universo afro-descendente.

A leitura, bastante agradável, mostra como o radicalismo de esquerda, ora no poder, tem se valido de preciosos dados estatísticos oficiais para criar enfrentamentos sem sentido entre grupos da sociedade, ardilosamente selecionados para o papel. Uma radiografia extremamente nítida do totalitarismo político e do patrulhamento ideológico que sempre foram tão caros aos partidos de inspiração socialista-comunista, e com os quais tem sido cada vez mais difícil conviver neste Brasil de início de século.

Parece até vontade de querer construir um país mais justo, mais capaz e mais livre. Mas não é.


Bons Dias!

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ConCidadão
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sábado, 12 de maio de 2012

Maconh'eu ia dizendo...


Deu no jornal argentino La Nacion, esta semana, com resumo reproduzido na coluna eletrônica - denominada ex-blog - do ex-prefeito carioca, Cesar Maia. Uma reflexão tão necessária quanto urgente, sobre a responsabilidade e as consequências do exercício da liberdade.

O titular de Farmacologia da Faculdade de Medicina da Universidade Complutense de Madrid, professor Juan Carlos Leza Cerro, aborda em matéria do periódico os efeitos da Cannabis sativa no corpo humano. Popular desde a década de 1950 entre os jovens, a maconha tem sido cada vez mais tolerada no seio da sociedade, por ser considerada uma droga 'menor', que propiciaria um bem-estar sem riscos para a saúde. Um número considerável de pessoas, em todo o mundo, admite ter experimentado, ao menos uma vez, um 'baseado', na crença de vivenciar momentos de um tipo diferenciado de prazer.

Normalmente, quando comparada com outras drogas, a maconha de fato causa menor dependência física, desde que utilizada em doses pequenas e esporádicas. Quando o consumo é maior e se prolonga ao longo do tempo, contudo, pode provocar sintomas como inquietação, irritabilidade, agitação, anorexia, insônia e tremores, muitas vezes acompanhados por náuseas.

A dependência em relação à maconha, que é fundamentalmente psicológica, costuma ser alta, o que dificulta o abandono do vício. Para o Professor Juan Carlos, de acordo com pesquisas realizadas na universidade, o consumo da maconha de forma constante - ou o seu abuso - pode levar a diversas complicações clínicas nas pessoas, atingindo o sistema cardiovascular com pressão sanguínea elevada, acompanhada de taquicardia grave; o que, conforme o caso, pode ser fatal. Com relação ao sistema respiratório, diferentes substâncias presentes na maconha produzem broncodilatação, mas este efeito é muitas vezes mascarado em irritações como a laringite, traqueíte e bronquite. O sistema digestivo é atingido por diarreia e irritação intestinal.

E o 'barato' da coisa? Os efeitos psicológicos se iniciam logo após o consumo e duram entre 60 e 90 minutos. Começa com um período de excitação, uma sensação de bem-estar e euforia. A percepção do tempo é alterada, assim como ficam prejudicadas a audição e a visão, especialmente a distinção de cores. Também não é raro que aconteça uma forte crise de riso, vontade de falar sem parar e demonstrações de megalomania. Além disso, o indivíduo pode vir a sofrer um ataque de bulimia, além de alterações severas da memória.

Só isso. Aliás, só, não: faltou lembrar que todo usuário de coisa mais pesada - como cocaína, crack, ecstasy etc. - confessa que começou nas drogas pelo 'baseado'. A maconha é, indiscutivelmente, a porta de entrada para esse mundo.

Muito interessante, em particular a 'viagem' que interessa aos aficionados (ou serão tecnicamente viciados, mesmo?) do cigarrinho marrom, mas o especialista encerra enfatizando, em tom de alerta: 'isso é só o começo'. Frase que decerto não sugere a ideia de que 'o melhor esteja por vir'.

Com a palavra, então, os defensores da liberação, que travestem sua real intenção de consumo 'recreativo' de carona no argumento - esperto - do uso terapêutico da erva na mitigação das dores de doentes terminais (liberar 'para eles'). E os ativistas, na verdade perturbadores da ordem pública, escondidos sob máscaras em ruidosas - e fedorentas - passeatas, país afora.

E ainda - impossível esquecê-la - a nossa corte máxima, o Supremo Tribunal Federal, que habita o distante mundo de fantasia do Planalto Central, absolutamente desconectado da realidade, para quem a insistente campanha dos 'maconhistas' não caracteriza, de forma alguma, apologia ao uso de drogas - que é crime. É meramente, de acordo com nossos togados amigos, uma manifestação de liberdade de expressão, protegida pela Carta Magna.

(Ah, vejo elefantes cor-de-rosa daqui da minha janela, neste momento...)


Boas Tardes!

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ConCidadão
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terça-feira, 24 de janeiro de 2012

Quebrando o galho


O apagão (como estão se tornando vulgares, esses cortes de energia, de 10 anos para cá...) que deixou boa parte da Cidade do Rio de Janeiro e alguns municípios da Baixada sem luz na manhã desta terça 24, paralisando transportes e deixando até o Aeroporto Internacional Tom Jobim no escuro, foi provocado por corte de galhos de árvores.

Em Lídice, um distrito de Rio Claro, município distante 170 quilômetros da capital fluminense!

É poda, mesmo.


Boas Tardes!

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ConCidadão
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