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quarta-feira, 28 de julho de 2010

Firme no volante


Nesta segunda-feira (26), com direito a reprise ontem (27) e também no domingo próximo (dia 1º de agosto), a geração que foi criança e pré-adolescente nos anos 1960 e 1970 foi brindada com um clássico da telinha, que consegue sê-lo apesar de jamais ter sido exibido na televisão. O Vigilante Rodoviário, na versão em cores, filmado em 1978 e tendo o ator Antônio Fonzar como protagonista, foi ao ar no Canal Brasil pela primeira vez. Durante uma hora, o filme que deveria ter sido o precursor de uma nova série do herói das estradas mostra o combate a falsificadores de dólares, no interior de São Paulo.

O primeiro seriado de aventuras genuinamente nacional foi criado e produzido por Ary Fernandes e Alfredo Palácios em 1961, estreando na saudosa TV Tupi em janeiro de 1962. Foi seguidamente ao ar pela própria Tupi e pela TV Globo, em exibições e re-exibições, a última vez já na década de 1970. As perseguições a vilões das mais diversas espécies eram um excelente pano de fundo para a propagação de valores sociais como amizade, respeito, disciplina, moral e ética, além do que o Vigilante tinha a importância de ser uma produção feita no Brasil, por técnicos e atores brasileiros - numa época em que a totalidade dos seriados de tevê feitos em película era estadunidense e ainda não detínhamos expertise nesse tipo de trabalho.

Para regozijo dos admiradores, o Vigilante Rodoviário pioneiro, em preto-e-branco, com Carlos Miranda no papel principal, encontra-se hoje ao alcance em uma caixa com quatro devedês, lançada pela distribuidora Spectra Nova em novembro de 2009. São 35 episódios, dos 38 originais, totalmente remasterizados e telecinados; os outros três, lamentavelmente, se perderam por ação do tempo.

Miranda é, a propósito, um caso interessante na dramaturgia brasileira, da vida imitando a arte. Originalmente membro da equipe técnica, ganhou o papel após um teste. Depois da produção, apaixonou-se pelo trabalho de policial rodoviário, prestou concurso para a Polícia Militar de São Paulo e foi ser vigilante de verdade, profissão da qual é hoje aposentado. Seu companheiro Simca Chambord também saiu de cena e atualmente é guardado como relíquia, carinhosamente, na pequena cidade de Águas da Prata (SP), que faz divisa com Poços de Caldas (MG).

A caixa está nas boas livrarias, por preços que oscilam entre R$ 50 e R$ 60. Também pode-se encomendá-la nos portais de venda pela internet, opção cômoda e fácil, cuja consulta - tanto quanto as aventuras do nosso herói - pode acontecer sem restrição de horário. De noite, ou de dia.


Boas Tardes!

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ConCidadão
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segunda-feira, 5 de julho de 2010

É. Quiçá 2014

 
Quando Ayrton Senna morreu, em 1º de maio de 1994, um domingo, o Banco Nacional (que veio a 'morrer' não muito tempo depois) correu a retirar de suas agências, um dia depois, todo o material promocional com a imagem do corredor, providenciando uma campanha publicitária alternativa logo em seguida. Hoje, primeiro dia útil após o fiasco de Dunga e dos demais anões – poucos não foram 'pequenos' assim, em especial no jogo contra a Holanda – descontada a própria sexta-feira (2) fatídica, é hora de recolher a bandeira da janela, guardar a blusa da seleção e furar as bolas verdes e amarelas, cujos despojos irão para o lixo em meio a quilômetros de bandeirinhas igualmente festivas. O sonho do hexacampeonato ficou para 2014, aqui mesmo, em casa.

O agora ex-técnico, teimoso como uma mula e lento feito bicho-preguiça em sua capacidade (?) decisória, vai recolher-se ao ostracismo, pelo menos por um certo tempo. Pagar os pecados, quais sejam os erros crassos de sua atuação profissional, dentre eles a escolha de seus comandados e, cabe lembrar, a inabilidade no trato com a imprensa, descontados aqui os excessos também cometidos pelos repórteres. E que não se duvide de que uns e outros cidadãos, de alma rubra, propalem que, ferida em seus brios, foi a Rede Globo que tramou a queda da seleção, só para atazanar o juízo do Dunga. Afinal, para esse grupo, na maioria dos males e pecados do mundo, se não em todos, há de existir o dedo do império dos Marinho.

Agora, começa mais um campeão de audiência em cadeia nacional: as eleições. Serão cinco cargos para os quais escolher – árdua tarefa... – representantes. Eles vão estar nas ruas, nos palanques das praças, nos santinhos que nos querem empurrar nas calçadas e, a partir de agosto, ainda invadirão, sem pedir licença, o sagrado espaço das nossas casas e nossos automóveis, pelas telas de televisão (felizmente existe tevê por assinatura!) e pelas emissoras de rádio (benditos sejam os cedês e aparelhos de MP3!).

Começa 2010 em pleno julho, pondo no colo de cada um de nós, mais uma vez, a responsabilidade pelo futuro do Brasil. Futuro e Brasil que são mesmo nossos.

Feliz Ano Novo!


Bons Dias!

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ConCidadão
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