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sábado, 24 de janeiro de 2009

Levanta, Flamengo!


(carta mandada ao Clube de Regatas do Flamengo, por correio eletrônico)

Na falta de um endereço eletrônico específico rastreável - uma falha de comunicação imperdoável - dentro do portal eletrônico do Flamengo, decidi enviar esta mensagem àqueles que iam aparecendo, à medida que eu vasculhava o sítio. Nem a diretoria, nem a assessoria de imprensa têm (ou divulgam, pelo menos) contatos via internet, para o alcance do torcedor ou admirador do clube. Mas sou persistente e, assim, resolvi expor a minha crítica, que vai por cópia também a amigos e outros contatos meus.

Como torcedor e membro de uma família que também torce toda pelo Flamengo, não posso deixar de protestar com relação à aparição (a palavra é essa mesmo, que remete a fantasmas, espíritos e afins) do presidente do clube, baixando a cabeça ao declarar que não há dotação financeira para manter Diego Hypólito, Daniele Hypólito e Jade Barbosa na equipe de atletas. E que, desta forma, praticamente os convida a sair do Flamengo e buscar melhor sorte em outro lugar. Fico pensando numa situação dessas no futebol...

Muito bonito seria falar do amor à camisa, como se houvesse, da parte deles, a obrigação de permanecer, em seu nome, sem que se voltem os olhos para o desperdício de recursos que se promove em outras frentes, em nome de interesses que podem não ser o que é realmente importante para o Fla. Onde está o esforço que os dirigentes deveriam fazer pela construção do complexo - necessário em muito - de Vargem Grande, o Ninho do Urubu, que se resume a um casebre maltratado e a campos de pelada? E a remodelação da sede da Gávea, com ou sem shopping? E a difusão da marca Flamengo, com a amplitude que ela merece, do modo como um outro rubro-negro já soube promover, apesar de não ter a mesma grandeza que temos?

'Os dirigentes passam, os atletas ficam.' A frase, proferida com justa mágoa por Diego Hypólito em uma entrevista coletiva, externa mais do que decepção ou revolta. Põe a nu toda uma série de desmandos administrativos, gestões fraudulentas e trato incompetente para com os interesses do Flamengo. O clube mais destacado do Brasil, o de maior torcida no mundo, referência incontestável de admiração e prestígio até entre seus adversários, agoniza numa crise que parece não ter fim. Dentre os episódios deploráveis, só para lembrar um passado não muito recente, tento contabilizar quantas vezes Romário foi vendido, comprado, cedido, emprestado, numa sucessão de embustes a que os torcedores assistimos, pasmos. Não consigo contar.

De nada adianta bater no peito - vazio - e bradar fatos e estatísticas, como as que constam no documento 'Colocando os Pingos nos Is - a força da marca Flamengo', acessível no portal, se não existe competência para ostentar essa magnitude? Porque não há mesmo. Digo isto condoído com o que vem sendo feito com o clube, sem que qualquer providência se veja tomada no sentido de dignificar novamente a instituição, com toda a força da palavra, que é o Flamengo.

Queremos, torcedores que respeitamos e admiramos o Clube de Regatas do Flamengo, que aqueles que conduzem administrativamente o seu destino saibam também respeitá-lo e admirá-lo. Que vistam a camisa de fato e honrem seus salários e seus feitos pelo vermelho-e-preto.

Que possam dizer a si mesmos e a todos, sem vacilar, que uma vez Flamengo, Flamengo até morrer.



Boas Tardes!

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ConCidadão
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quarta-feira, 14 de janeiro de 2009

Querida, soltei os bandidos!


Assaltos cinematográficos foram cometidos em São Paulo nos últimos dias e a Polícia desconfia dos indultados que não retornaram aos presídios depois das Festas. Aliás, ex-indultados: os novos foragidos da justiça. E agora?

A Lei de Execuções Penais prevê o benefício da saída para a passagem do Natal e do Ano Novo ao preso, respeitado o critério do bom comportamento. Por mais que se possa definir isso tecnicamente, 'bom comportamento' sugere ser algo bastante subjetivo. Então, a concessão do direito deveria incluir, entre outras análises complementares, também o esquadrinhamento do passado do cidadão, por via das dúvidas. Desconfiar é preciso. Ou impingir co-responsabilidade penal ao magistrado que indulta um indivíduo que volta a delinqüir, já que foi por sua ordem que o camarada saiu da cadeia.

Ora, virão os juízes em sua defesa: 'somos escravos da lei; fazemos tão somente o que ela determina' - como se o bom senso não fosse qualidade do ser humano e, em sendo assim, uma característica indispensável a quem detém o poder de decidir sobre a vida alheia.

Ora (de novo), raciocinando em âmbito maior, o não uso do bom senso induz, pois, defender a idéia de se desenvolverem supercomputadores capazes de absorver toda a legislação do mundo, de modo que supram o trabalho decisório que deveria caber ao juiz. O que faz com que todos os magistrados tornem-se supérfluos, podendo ser aposentados ou demitidos, a bem do serviço público, com a vantagem da economia que poderia advir disso. E mais três, que saltam de imediato aos olhos: computadores não se cansam (não reclamam de excesso de trabalho), não erram (se bem programados) e não se deixam corromper (o que é o mais fantástico). Para que juiz, se o componente humano - o bom senso, basicamente - já não demonstra ser necessário?

Claro que há o outro lado da história: há leis mal feitas. Eu diria, em especial dentro do âmbito penal, que às vezes é como se os legisladores trabalhassem com uma espécie de margem de segurança, definindo textos com traços de instinto de autodefesa. Do tipo: 'se eu me vir cometendo tal deslize, quão dura eu gostaria que a lei fosse comigo?'

O que nos leva à última faceta desse emaranhado. A mais triste de todas. Quem nós, cidadãos eleitores, temos indicado como nossos representantes no parlamento? Qual o seu comportamento geral? Por que eles têm se mostrado tão ineficientes na redação de boas normas de vida em sociedade? Por que os temos mantido lá, ou conduzido outros de mesma índole, perpetuando um ciclo vicioso que vem resultando leis cada vez piores e justiça cada vez mais apática?

Ou seja: no frigir dos ovos, a culpa é mesmo nossa.

Boas Tardes!

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ConCidadão
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sexta-feira, 9 de janeiro de 2009

O Grande Irmão ataca novamente


Vem aí mais um campeão de audiência. A frase famosa, que por tantos anos a TV Globo usou para anunciar sua próxima atração, bem que poderia informar a chgada do fenômeno que, mais uma vez, vem preencher o vazio de programação das 'férias' de janeiro, fevereiro e março. Até que 2009 comece na emissora, em abril - mês do seu 44º aniversário.

O Big Brother Brasil já badala na imprensa, à exaustão, sua temporada número 9, tornando-se a versão do programa mais longeva em todo o mundo. As mulheres, o atrativo por excelência oferecido aos telespectadores, surgem aqui e ali, em capas de jornal, fazendo fama antes mesmo do confinamento. E, se já não ficam famosas com essa exposição, logo se o tornarão, num abrir e fechar de... Olhos.

Pedro Bial, chato de galochas, vem aí, mais uma vez, como o maior mestre de cerimônia de rituais de acasalamento do planeta. Um papel que sempre me pareceu aquém do cacife de um repórter que teve o privilégio de testemunhar a queda do Muro de Berlim. Talvez os desígnios da profissão possam lá explicar.

Felizmente existe tevê por assinatura. Nenhuma oitava maravilha do mundo, é verdade, mas o suficiente para preencher a lacuna, com bons documentários nos Discovery Channel, National Geographic e History, ou ainda filmes mil, nas emissoras especializadas.

E olha que até os canais pornô (TV Câmara, TV Senado e TV Justiça) conseguem dar coisa melhor...

Bons Dias!

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ConCidadão
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