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quinta-feira, 14 de outubro de 2021

Princesas mandando bem nas séries policiais - crítica rápida

Duas séries policiais francesas muito boas, com mulheres em destaque, preenchem com competência as noites de quarta-feira, uma seguida da outra, no canal AXN. A partir das 21 horas.

CANDICE RENOIR, cuja protagonista é vivida por Cécile Bois, é uma comandante da Polícia de Séte, pequena cidade praiana às margens do Mediterrâneo, que se vê enrolada com seus vários amores e os deveres e prerrogativas de mãe de quatro filhos adolescentes, dois dos quais gêmeos.

Sua vida pessoal interfere enormemente no dia a dia profissional, apesar do que isso não a impede de se desempenhar bem no trabalho investigativo. Muitas vezes, a própria equipe e, principalmente, a chefia e outras pessoas que lhe são superiores na hierarquia, também não colaboram...

BRIGHT MINDS, que estreou nesta quarta 13, traz uma Policial (Raphaëlle Coste, interpretada por Lola Dewaere) cujo trabalho acaba ganhando em muito com a parceria formada com Astrid Nielsen, uma funcionária da biblioteca da Polícia Judiciária portadora de síndrome de Asperger (caracterizada por dificuldade com as interações sociais, interesses limitados e comportamento repetitivo), maviosamente encarnada pela atriz Sara Mortensen.

O título original da série em Francês é simplesmente 'Astrid et Raphaëlle', os prenomes das protagonistas. Bem que poderia ter sido vertido para o Português, ainda que a partir da tradução feita para o Inglês, como 'Mentes Brilhantes'.

As duas séries têm em comum a ideia do 'pensar fora da caixa'. Nesse aspecto, vêm a intuição pela experiência (Candice), o faro policial aguçado (Raphaëlle) e a incrível capacidade de memória e de raciocínio (Astrid). Todos ingredientes que se somam em perfeita harmonia ao que seriam simples tramas de mocinho e bandido.

Vale acompanhar. Confira também os portais.

https://br.axn.com/series/candice-renoir/episodios

https://br.axn.com/series/bright-minds

terça-feira, 5 de outubro de 2021

Ser ou não ser: meia liberdade é como meia gravidez

Esta semana, voltei à feira de livros do shopping, de onde eu já tinha levado para casa a biografia do Bussunda, em busca de um título que tinha me chamado a atenção há algum tempo. Depois do 'jornalismo mentira' dos cassetas, que fustigava a realidade achincalhando descaradamente a notícia, era a vez da fábula saída do gênio de George Orwell, 'A Revolução dos Bichos', publicada em 1945. Uma narrativa que, em boa medida, antecipa o clássico '1984', a história futurista que apresenta o Grande Irmão (o Big Brother), lançada em 1948.

A fábula, cujo título original em Inglês é 'Animal Farm' (a fazenda dos animais, uma tradução literal que foi adotada em algumas edições em Português), trata da tomada de uma fazenda - a Granja do Solar - pelos animais que lá viviam. Eles se rebelam contra os humanos da propriedade e, mais especificamente, contra o dono do lugar, que passa a ser visto como um mero explorador, que nada faz e vive apenas à sombra do trabalho dos bichos. A princípio, após a rebelião, os animais são todos iguais, até que alguns se sobressaem como líderes, fato que os torna 'mais iguais' do que os outros companheiros.

Essa liderança natural, exercida pelos porcos, aceita sem resistência pelos demais, passa a ditar as normas de convívio do grupo, com os líderes cuidando de resguardar para si certos privilégios. Em especial, quando a farinha torna-se pouca e o pirão deles deve vir primeiro. Afinal, 'aqueles que pensam' merecem tratamento diferenciado - como expresso na opinião deles mesmos, claro.

A luta dos bichos por liberdade e prosperidade, com os seus episódios sempre bem pontuados, tem inúmeros paralelos com o atual modus vivendi da humanidade, ou seja, ainda que escrita mais de sete décadas atrás, parece antecipar o ensaio geral da tirania da esquerda, que vem tentando dominar o planeta valendo-se da maior fraude de saúde pública da história da humanidade. Talvez porque a trama tenha sido escrita no apagar das luzes do teatro da Segunda Guerra Mundial, que teve amplo protagonismo comunista. Talvez porque a História tenha seus ciclos e se repita, inexorável e desgraçadamente.

Voltando aos animais, para dar conta de libertá-los da tirania dos humanos, os porcos, tidos como os 'mais inteligentes', assumem naturalmente a ascendência sobre os demais bichos. Também naturalmente, um deles assume - ou se assume - como o líder. Um líder que tem por missão decidir por todos, porcos ou não, sobre todo e qualquer assunto. Por exemplo, confiscar o leite das vacas em proveito próprio, para que se misture à sua ração, com o intuito de garantir a sua saúde.

Afinal, compreende-se, mais uma vez naturalmente, que 'é pela saúde'. E a garantia da saúde é uma causa nobre, respaldada de modo incontestável pela ciência. Esse discurso parece familiar a você?

Os bichos, na prática, deixaram de ser 'escravos dos humanos', para serem escravos de seus iguais, no sentido de que outros animais passaram a controlar as suas vidas. O trabalho na fazenda seguiu quase como na época do controle dos humanos. Entretanto, alguns sacrifícios começaram a ser necessários ao 'bem comum' e a disposição para voluntariar-se a certas tarefas passou a ser algo tão fundamental quanto esperado. Caso alguém não quisesse, tudo bem, contudo uma negativa desse tipo poderia significar que a ração desse membro não colaborativo pudesse vir a ser limitada.

A picadura em nome da 'consciência social', controlada por passaporte que habilite você a deslocar-se livremente ou lhe permita a compra de alimentos, e, sem o qual, nenhum dos dois seja permitido, provoca alguma associação de ideias, no âmbito do seu raciocínio?

O convencimento para que os animais concordassem, placidamente, em fazer 'demonstrações espontâneas', ou seguir uma ordem não muito simpática, ou mesmo consentir uma diminuição da sua própria ração, sempre 'pelo bem de todos', é feito com a ameaçadora lembrança da possibilidade da volta do humano tirano, caso haja quem se oponha. Há que existir um pavor permanente rondando o espírito, para anestesiar o desejo pessoal e impor uma 'vontade coletiva'. Como o medo da morte, o mais maquiavélico ardil para fazer com que as pessoas concordem com qualquer coisa, ainda que ela contradiga a lógica, agrida o bom senso e até comprometa a perspectiva de sobrevivência.

E o convencimento tem lá suas técnicas pouco ortodoxas. Dentre as quais, mentir, omitir e deturpar fatos e verdades que já se conhecem, pelo enfraquecimento deliberado da memória e pela fraudação de detalhes importantes à compreensão geral do que acontece.

Derrotas flagrantes, como na guerra dos bichos contra os humanos que tentaram reaver a fazenda, têm seu sentido distorcido, para que pareçam vitórias. O jogo de palavras tenta lembrar que, afinal, sobrou a fazenda e continuou-se vivendo nela, após a expulsão dos invasores, apesar do saldo de tantas baixas entre os animais. O convincente - embora surrado - discurso de que está tudo bem, já que 'entre mortos e feridos, salvamo-nos todos'.

Hoje, se muitos começam a padecer por colateralidades não previstas porquanto não estudadas devidamente, em virtude da exiguidade do tempo de estudos, esses efeitos adversos devem ser entendidos, com a devida tranquilidade de espírito, como o preço a pagar pelo triunfo sobre o inimigo invisível, contra o qual todos os esforços do mundo foram envidados, numa atitude verdadeiramente heroica daqueles que se propuseram a cerrar fileiras na frente de batalha. Gente corajosa, pois não?

O cético Benjamim, por sua natureza calado, talvez o mais sensato dentre os animais, embora seja um burro, tentou se fazer ouvir, na fazenda. Muitos Benjamins, no atual cenário mundial, continuam tentando que se os ouça. Porém, tanto lá na Granja do Solar, como cá no mundo da gente, a maioria dos animais, os racionais e os irracionais, parece não ter sido instada a aprender a ler nem interpretar o que lê. E, sem essa ajuda, todos acabam e sempre acabarão sucumbindo ao argumento fácil e poderoso de uma nova escravidão que se imponha.

Escravidão? Mas... Não era liberdade? Não era pela vida? Não era chancelada pela Ciência? Não era louvada pelos mais inteligentes? Não era com a melhor das intenções?

Não. Nunca foi.

quarta-feira, 29 de setembro de 2021

Jornalismo mentira, humorismo verdade

O mundo gira, 'A Lusitana' roda. Esse famoso slogan, da primeira empresa do Brasil do ramo de mudanças, nascido com ela há cem anos, em 1921, foi cristalizado como uma citação para mostrar as voltas que o mundo dá e nos trazem, de novo, a situações conhecidas. Foi o pensamento que me veio à mente, quando li uma passagem do livro mais recente que comprei, que me provocou uma análise do modus operandi recente da grande imprensa brasileira. Duas situações específicas me ocorreram: a ascensão de Jair Bolsonaro à Presidência da República e a onda de devastação promovida pela peste chinesa. E eu acabei traçando um paralelo desses dois temas com a sacada genial de sete malucos que convulsionaram o humor, quarenta anos atrás.

Nas minhas andanças por feiras literárias shoppings adentro, encontrei, esses dias, um solitário exemplar de 'Bussunda, a vida do Casseta', do jornalista e escritor Guilherme Sobral Pinto Menescal Fiuza, um dos comentaristas de 'Os Pingos nos Is' da Rádio e da futura TV Jovem Pan, que chega em poucas semanas à grade dos canais pagos. O livro, de 2010, além da biografia de Claudio Besserman Vianna, narra também a trajetória do grupo de humoristas que comandou, entre outras empreitadas, o programa 'Casseta & Planeta, Urgente', na TV Globo.

A grande tirada dos 'sete meninos de Liverpool', que me inspirou o olhar sobre esses dois assuntos que muito se imiscuem mutuamente, e que remonta aos tempos pioneiros da Casseta Popular e do Planeta Diário, foi a do 'jornalismo mentira, humorismo verdade'. A esculhambação inteligente da notícia, que tanto se serviu da transgressão dos costumes, do questionamento de dogmas e da quebra de paradigmas frágeis, foi um potente provocador do senso crítico das pessoas, na época. E seria extremamente bem-vinda hoje, em tempos de paralisia cerebral crônica, provocada pela cegueira imposta pelo medo da morte e pelo 'ideologismo' político-partidário.

As 'notícias' e as 'pesquisas' dos caras, às vezes, eram falsas, pregavam peças em praticamente todos que deveriam atingir, mas, sobretudo, aguçavam a perspicácia das pessoas, ensinando tanto a lidar com a gozação de forma agradável e inteligente (o 'entrar na pilha'), quanto a saber discernir o que é engodo e o que é verdade. Assuntos sérios eram levados sagazmente aos 'populares', nas ruas, na maciota, abordados com irreverência e suscitando o povão ao senso crítico, fazendo pensar. Nas abordagens que muitas vezes rolavam nas vias movimentadas da Taquara (Jacarepaguá, perto do Projac) e em Vila Isabel (reduto tradicional da Zona Norte carioca), as pessoas à volta do aparentemente incauto ungido a alvo não riam 'do' alvo: riam 'com' ele: o alvo se fazia voluntariamente parte da piada, engrandecendo a cena ao divertir-se consigo mesmo.

Mas, ora, quem diria, não é que esse 'jornalismo mentira', que era mentira mas tratava de fatos verdadeiros, viria a afetar, décadas depois, o padrão vigente do noticiário, outrora sério, da grande mídia? Isso mesmo: o jornalismo oficial da atualidade é visceralmente mentira, uma vez que deturpa e escamoteia a verdade. Numa linha que até poderia sugerir aquilo que os garotos faziam, no passado. Mas com uma enorme diferença: quem pratica o verdadeiro jornalismo mentira hoje não são humoristas, são jornalistas. O que não tem a menor graça. Profissionais que deveriam ter como norte o zelo pela verdade parecem ter rompido esse relacionamento de modo intempestivo. Sem aviso prévio, mas, por certo, com uma boa indenização.

Guilherme Fiuza menciona a ida de Claudio Manoel à festa de Ano Novo do escritório da Globo em Londres, na virada de 1991 para 1992. Na ocasião, os jornalistas sediados na capital inglesa estavam ressentidos com as investidas dos cassetas, cujo trabalho pressupunha usar imagens de fatos reais e sobrepor a elas narrativas totalmente dissociadas dos acontecimentos. Claudio foi alertado para a irresponsabilidade de induzir o público a uma relação confusa com a realidade, inclusive com o argumento de que o jornalismo era um sacerdócio, cuja base é a verdade, traduzida numa fé que estava sendo desmoralizada pelos humoristas.

Na lata, o casseta respondeu que, por ele, estava tudo bem; que ele era ateu e, portanto, não tinha compromisso com a fé. Ao explicar que a sua brincadeira era exatamente essa, de chutar, dar tapa na cara e tirar as coisas do lugar, avisava, em contraponto, que o 'jornalismo mentira' também tinha algo a dizer sobre a realidade e suas vacas sagradas. Pois esse 'jornalismo mentira' dos cassetas prova-se, quatro décadas depois e já ausente da grande mídia, mais verdadeiro do que o falso jornalismo verdade a que assistimos agora, feito por jornalistas de verdade, que se revelam de mentira. E com um agravante: sem o discernimento de uma parcela razoável de espectadores, leitores e internautas, influenciados por formadores de opinião que se acham inteligentes, não necessariamente o sendo.

A eleição de Jair Bolsonaro em 2018 e a peste chinesa em 2020 fizeram nascer na mídia uma poderosa casta de donos da verdade que, além de decidirem o que está e o que não está apto a obter essa classificação, têm a prerrogativa de cercear - leia-se censurar - a opinião e o discurso de todos que divirjam de seu ponto de vista tornado oficial. O contraditório está proibido e as plataformas digitais de divulgação estão a serviço da causa, não se restringindo mais à sua função, de veiculação - como deveria ser. Arvoram-se em censores de conteúdo, ao arrepio da lei, travestidos de protetores do que denominam 'padrões de comunidade', algo que nem Aurélio Buarque de Hollanda nem Antônio Houaiss teriam competência para definir, apesar de sua flagrante superioridade intelectual em relação aos latifundiários das Big Techs e seus nerds desenvolvedores de algoritmos.

Neste momento, escrevo sob a estupefação de saber da demissão de Alexandre Garcia da CNN Brasil, por ter manifestado sua opinião no programa... 'Liberdade de Opinião'! Se eu sou o diretor de jornalismo da emissora, ou pedia o boné junto, ou mudava o nome do programa, ou, melhor ainda, o tirava do ar! O nome e a própria atração perderam o sentido. Talvez o desligamento de Garcia traduza bem o que vem acontecendo na grande imprensa, ou 'extrema imprensa', como eu prefiro, exatamente pela perfeita adequação do adjetivo.

Aos olhos dessa militância jornalística, no caso de Jair Bolsonaro, o problema são os avanços conseguidos no resgate do Brasil do atraso e da corrupção, a despeito de os adversários, em grande número, agirem no sentido de sabotar tudo o que for possível. E, para ir contra o 'inimigo comum', vale toda sorte de ataque ao país, o país de todos nós, do qual eles mesmos são filhos! Neste grupo está toda a esquerda; a 'terceira via', que também é inclinada à esquerda mas tem vergonha de assumir isso; a corte máxima do judiciário, de um ativismo político tão feroz quanto ilegal; e um séquito de imbecis que ouvem o galo cantar, não sabem onde, mas repetem os mantras que ouvem de alguém que lhes ordena que cantem, sem constrangimento.

No caso da maior fraude de saúde pública da história da humanidade, a implicância dos militantes é com a defesa do ataque frontal, imediato e óbvio à doença, com as devidas prescrições médicas neste sentido, e com a contestação pertinente da eficácia do modo como o problema vem sendo tratado, na base da suposta prevenção. Para essa militância obediente aos ditames de uma organização mundial que deveria ser da Saúde, são dogmas incontestáveis que não haja essa possibilidade de afronta à praga, que não haja medicamento que possa ajudar neste sentido e que a solução seja exatamente a que vem sendo difundida no mundo, apesar de sua flagrante ineficácia, comprovada à exaustão pelo apreciável número de transmissões feitas por seres supostamente protegidos e, até, pelo número de protegidos que sucumbiram à coisa.

A mensagem cifrada não impede que aqueles que queiram compreender o que se escreve o façam.

Vivemos, enfim, um processo de decadência deplorável do jornalismo brasileiro. Os jornalistas se corromperam e as redações se prostituíram, para servirem a uma causa maior, de uma ordem maior; nova; mundial. Terá sido por afinidade de ambições? Estarão essas ambições atreladas a uma ideologia? Ou a ideologia será mesmo a do clássico vil metal, cujo poder de convencimento é sempre mais forte?

Fato é que um 'novo jornalismo mentira' tomou assento. Diferente daquele dos cassetas. Desonesto, sem graça. Inautêntico. Desonroso. E, contra ele, só mesmo a resistência dos independentes, fortes, e também candidatos a cancelados, censurados, banidos... Ossos do ofício. Mas eles são a sobrevida do que eu chamo de espírito jornalístico, que os bons professores ensinam na faculdade e os verdadeiros editores teimam em manter vivo. Porque é a expressão da verdade; e basta isso ao Jornalismo.

O sacerdócio invocado por aquela jornalista ferida do staff londrino global vem padecendo de sacrilégios da pior espécie, cometidos exatamente por aqueles que dizem professar essa fé. E, com isso, a legião de fiéis seguidores tem debandado, reavaliando sua crença nos oráculos que, até bem pouco tempo, comungavam de sua admiração e os tinham como referência.

Ascensão e queda, no desígnio natural dos impérios. A casa caiu.

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Confira o vídeo deste comentário em https://www.youtube.com/watch?v=hcCIsTaiNLk

quarta-feira, 9 de junho de 2021

Casar, comprar uma bicicleta ou papear com as amigas?

No final de uma palestra sobre saúde na Universidade de Stanford, no estado americano da Califórnia, o conferencista, um professor, creditado como chefe de Psiquiatria da instituição, apontou, entre outras coisas, que estudos recomendam duas posturas específicas, para homens e mulheres, visando ao seu bem-estar e à sua saúde.

No caso do homem, revelou-se que uma das melhores coisas que ele pode fazer por sua saúde é casar-se: o casamento aumenta a sua longevidade e o seu bem-estar pessoal.

Quanto à mulher, o palestrante apontou um dado surpreendente: ela precisa cultivar seus relacionamentos com as amigas. Essa declaração provocou risos na plateia, mas o professor fundamentou o fato muito a sério.

Os estudos mencionados mostraram que as mulheres se conectam de maneira diferente dos homens e se valem de outros sistemas de apoio, que as ajudam a lidar com experiências estressantes e difíceis em suas vidas. 'Tempo com as amigas' é muito significativo no nível fisiológico: ajuda a produzir mais serotonina (neurotransmissor), que auxilia no combate à depressão e cria um sentimento geral de bem-estar. Elas tendem a compartilhar seus sentimentos, coisa que não é muito comum a eles.

Os homens quase nunca se sentam com um amigo para falar sobre como se sentem sobre algo específico, ou como está sua vida pessoal. Falam de trabalho, esportes, carros e mulheres, entre seus principais temas, mas dos seus sentimentos, raramente. Já as mulheres fazem isso o tempo todo. Elas compartilham sentimentos e emoções das profundezas de suas almas com suas amigas e parece que isso realmente contribui para a sua própria saúde.

O conferencista ressaltou ainda que o 'tempo gasto' com amigas é tão importante para a saúde das mulheres como correr ou fazer ginástica.

De fato, há uma tendência (errônea) de pensar que, quando elas se dedicam a alguma atividade física, estão fazendo algo de bom para o corpo, enquanto que, quando conversam com as amigas, 'desperdiçam' um tempo que poderia ser empregado em algo mais produtivo.

O orador salientou que não manter relacionamentos de qualidade com outras pessoas prejudica a nossa saúde física tanto quanto o fumo (!).

Portanto, cada vez que uma mulher se sentar para conversar com uma amiga, estará fazendo algo muito benéfico para si mesma. Um brinde, então, ao café, ao chá, ao suco, ao que for... Com as amigas!

A mulher sabe que, um dia, os amigos (e, principalmente, as amigas) irão se separar e virá a saudade das conversas jogadas fora, dos planos e dos sonhos compartilhados. Os dias vão passar, transformando-se em meses e anos, até esse contato se tornar cada vez mais raro. Então, os filhos verão suas fotos e perguntarão: quem são essas pessoas? Neste momento, a saudade vai bater e, com os olhos cheios de lágrimas, ela dirá: foi com elas que eu vivi alguns dos melhores momentos da minha vida.

Aproveite!

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Adaptado das matérias abaixo

https://paisefilhos.uol.com.br/familia/tempo-com-as-amigas-e-tao-bom-para-a-saude-quanto-exercicios-fisicos/

http://www.vidaeaprendizado.com.br/artigo.php?id=566

sexta-feira, 28 de maio de 2021

Um novo tipo de negócio desponta na Baixada

O brasileiro precisa ser estudado pela NASA. Essa referência satírica costuma aparecer nas redes sociais por conta de coisas estranhas ou até extraordinárias de que certas pessoas são capazes. Que podem ter seu lado prático e, por que não, empreendedor.

Por algumas vezes, notei um rapaz aparentemente expondo banquetas de plástico numa calçada da região central de Belford Roxo, município da Baixada Fluminense, em frente à agência do Banco do Brasil. Pensei na hipótese de que as peças estivessem à venda, mas, da última vez que passei por ali, parei para analisar a situação. O cara estava na verdade vendendo assento. Isso mesmo: lugar sentado na fila de pré-atendimento, ainda na rua.

Com a diminuição do período de funcionamento das agências bancárias em duas horas por dia, uma das idiotices implantadas na pandemência, pessoas que precisam resolver assuntos nas dependências do banco têm passado longos intervalos ao tempo, sob sol e chuva, aguardando a sua vez de entrar. A fila, no total, pode durar três horas até o atendimento em si, ficando o cliente boa parte desse tempo do lado de fora, sem o conforto do ambiente refrigerado que dispõe de lugar sentado para se aguardar.

Pessoas de idade ou com alguma indisposição ou problema de saúde são quem mais demanda esse serviço, que é oferecido desde a chegada dos primeiros a formarem a fila, até a entrada do último freguês.

O rapaz descobriu um meio alternativo de faturar, sem dúvida. Nada contra. Mas tudo contra o banco, que deveria prover rotinas mais eficientes e rápidas de atenção aos clientes. Dentre elas, inclusive, rever a cretinice da diminuição do horário de atendimento.

sábado, 15 de maio de 2021

Masculino e feminino. E só

O Ministério da Educação da França divulgou, por meio de um comunicado, que está acabando com a bobagem da 'linguagem de gênero neutro'. Alguns idiomas, como o Alemão, possuem essa distinção em sua gramática, mas não é o caso do Francês. Como também não é o do Português. Trata-se de invencionice pura, 'sem respaldo científico', para usar a expressão esquerdóide da moda.

Uma das alegações do governo francês para coibir essa tal pretensa 'escrita inclusiva' é a de que ela é prejudicial à prática e à inteligibilidade da língua francesa. Os defensores e promotores da novidade, nas palavras de membros destacados da Academia Francesa (equivalente à nossa ABL, a Academia Brasileira de Letras), violam o desenvolvimento da linguagem de forma arbitrária e descoordenada.

Ainda de acordo com o documento, na França a igualdade entre homens e mulheres deve ser construída, promovida e garantida sem sujeição à linguagem neutra.

Um bom exemplo a seguirmos, no Brasil. Fica a sugestão.

sexta-feira, 14 de maio de 2021

Alguém errei, não sei quem fui

O CDC (Centers for Disease Control and Prevention, em Português Centros de Controle e Prevenção de Doenças), equivalente norte-americano à nossa Vigilância Sanitária, cuja função é a proteção da saúde pública e da segurança da população, especialmente com relação à prevenção e ao controle de moléstias, andou errando feio nas contas. Ou tomando decisões com base nas contas de outros, que as fizeram errado. Verdade que contas não são de fato a praia da turma de Ciências Biológicas e que o pessoal das Exatas, como nós, Engenheiros, são melhores e mais confiáveis nisso. Mas, vamos ao problema.

O jornal The New York Times publicou que os CDCs declararam uma chance de 10% de transmissão do vírus chinês ao ar livre, quando, na verdade, a probabilidade é dez vezes menor, de somente 1%. Foi com base no cálculo errôneo que foram tornadas legais medidas de constrangimento, como, por exemplo, a imposição do uso de máscaras em ambientes externos, ao ar livre, para 300 milhões de pessoas, nos Estados Unidos. Surpreende que um 'erro de cálculo' dessa proporção, tão importante quanto controverso, na seara da Saúde Pública, jamais tenha sido questionado - ou que não tenha havido qualquer reavaliação posterior a essa trágica descoberta.

De acordo com a reportagem, 'não há uma única infecção por covid documentada em qualquer lugar do mundo, decorrente de interações casuais ao ar livre, como passar por alguém na rua ou comer em uma mesa próxima'. Ainda assim, em cidades como Chicago, parques foram fechados, ampliando o isolamento e a depressão para os cidadãos. Várias cidades como Nova Iorque fecharam playgrounds, apesar de serem ao ar livre e usados ​​pela população, lugares de baixo risco para a peste chinesa. Os estados fecharam parques e trilhas, que poderiam ter sido justamente as principais áreas de liberação para as pessoas, durante os bloqueios.

Ou seja, em decisões atabalhoadas, tudo errado. Mas tudo 'respaldado pela ciência', é claro. A tal referência de 10% foi baseada em uma classificação incorreta da transmissibilidade do vírus em Cingapura, tomando por referência, entre outros locais, canteiros de obras, classificados erroneamente como uma mistura de ambientes externos e internos.

A percepção é a de que foi gasto muito dinheiro e esforço de pesquisa na questão da obrigatoriedade de uso de máscaras e da restrição de movimentos externos, sem que se investisse concomitantemente em estudos que permitissem uma avaliação melhor da questão da presença do vírus ao ar livre. Com isso, a Economia foi afetada e esse impacto, por sua vez, atingiu centenas de milhões de americanos. Ainda assim, as falhas - relativas a suposições e cálculos - do artigo científico, divulgado em jornal de respeitabilidade consagrada, somente agora foram tornadas públicas e levadas em consideração.

Errar por dez vezes é como atribuir a mim a metade do peso de um automóvel. Um erro considerável, por mais que a balança me seja cruel. Não se pode cometer erros dessa magnitude, especialmente quando se trata do bem-estar de todos. O medo da morte parece estar enlouquecendo ou idiotizando as pessoas, que se veem obrigadas (ou o fazem por indução da mídia a serviço do caos) a atitudes completamente fora de um mínimo de razoabilidade.

A galera da Biologia deveria pensar em deixar as contas para a Engenharia ou a Matemática. Cada um no seu quadrado, pelo visto, é mais prudente. Alô, OMS, tome vergonha!

Senhor, tende piedade de nós!

'Irmãos, saudemo-nos uns aos outros em Cristo!'

Esse cumprimento, logo antes da comunhão, durante a celebração da missa, é comumente feito com um aceno de mão, não com contato físico - a menos no caso de pessoas de um mesmo grupo que estejam juntas, mas, ainda assim, nada efusivo. Por que se suprimiu isso da liturgia desde um ano atrás?

Proximidade e contato existem quando, em seguida, vai-se à comunhão: a hóstia é entregue na mão do fiel.

Então, qual é o critério? Seria o de tolher, nas pequenas atitudes, as manifestações de fé? Como a Igreja Católica não se opôs a isso e, ao contrário, adotou como norma?

Se bem que um papa comunista, simpatizante da - ou tolerante para com a - nova ordem mundial, explicaria isso e até muito mais...

A Abolição passada em branco

A Gazeta de Notícias informa, em sua edição de segunda-feira, 14 de maio de 1888, em destaque, na primeira página. Fato histórico reverenciado por décadas pelas pessoas que prezam a liberdade, a solidariedade e, sobretudo, o respeito pelo semelhante.



Contudo, mais uma vez, desde a ascensão da esquerda no Brasil, o aniversário da Lei Áurea foi premeditadamente esquecido, justo por aqueles que se dizem defensores dos compatriotas que viveram sob o perverso jugo da escravidão. O dito 'movimento negro' tem tentado desconstruir a imagem da Princesa Isabel como sendo a verdadeira responsável por colocar fim à exploração do homem pelo homem, da forma como vigorou por séculos, no país. A narrativa dos grupos ligados a essa causa tenta contrapor Zumbi dos Palmares quase como um semideus, fiel depositário da devoção dos negros como patrono de sua liberdade. Um ledo engano em relação a ele e uma injustiça sem precedentes para com ela.

Nossa sorte é que a História é documentada e, graças a isso, resiste ao revisionismo inconsequente. Ainda que devamos temer a doutrinação daqueles que têm - e terão - por função ajudar a preservá-la, aos quais se oferece - ou se impõe - a tentação de fraudar os fatos.

Zumbi tinha escravos a lhe servir, enquanto a Família Imperial tinha os negros que trabalhavam para si como empregados, que recebiam salário e tinham tratamento digno. A própria filha do Imperador cuidava de arregimentar fundos para a compra de cartas de alforria. E o evento de 13 de maio de 1888 tem menos a ver com uma suposta pressão dos ingleses para a abolição (e, ainda assim, não porque prezassem os direitos dos escravos, mas porque tinham necessidade de tê-los com renda para criar mercado consumidor), do que com a disposição da Corte de, gradativamente, encerrar o deplorável capítulo da escravatura.

Se falhas houve nesse processo, que o possam ter tornado longo demais, mérito também houve, da parte dos que empreenderam esforços e recursos para que a escravidão acabasse. E é ele que deve prevalecer, no julgamento histórico que se faz com um mínimo de bom senso e boa vontade.

O título que dei ao texto foi um jogo de palavras calculado. Os incitadores da revolta permanente de negros contra as outras etnias, em especial os brancos, descendentes de europeus, gostam muito de marcar adjetivos que aludam a preto ou negro como algo necessariamente demeritório à etnia negra. Ignorando aspectos como preto ser ausência de luz e, por isso mesmo, remeter a trevas, uma circunstância difícil que nos impede de enxergar.

Pois então aí está, para regozijo dos mimizentos, uma ocasião em que é o branco que é desmerecido: 'passar em branco' é o mesmo que não ser lembrado, ser ignorado, ser desprezado. É exatamente o que aqueles que se dizem solidários à causa negra vêm fazendo com uma pessoa que, desde o início de sua vida pública, no que lhe cabia, fez tanto por ela.

sexta-feira, 7 de maio de 2021

O artista, a escola e a favela: semana tensa

Aconteça o que acontecer, hoje é sexta-feira! A frase, um bordão usado pelo repórter aéreo Genilson Araújo que, há anos, dá boletins de trânsito a bordo de um helicóptero, no Rio de Janeiro, faz-se especialmente indicada nesta semana atribulada que vivemos.

A notícia da terça-feira foi a perda do ator Paulo Gustavo, que tocou a nós pela violência da doença criada da China que vem semeando medo e morte em todo o planeta. Havia mais de um mês que acompanhávamos os boletins médicos que davam conta da progressiva degeneração de sua saúde. Sentimo-nos atingidos, pela falta que a sua presença vívida, quase familiar, já começou a fazer.

Mas a cena triste de 4 de maio não se restringiu a ele: no mesmo dia, mais cedo, um criminoso invadiu uma escola e matou cinco pessoas, dentre as quais três crianças, no oeste catarinense. A violência do ato da cidade de Saudades foi desprestigiada pela mídia, que preferiu dar atenção ao que acontecia num hospital de Copacabana, na cidade grande. Faço a minha mea culpa também, já que somente agora estou escrevendo a respeito.

É tão estranho quanto triste. É como se a violência urbana passasse despercebida, cruel e indevidamente incorporada ao cotidiano. Em 7 de abril de 2011, o Rio de Janeiro chocou-se com uma situação idêntica à da pequena cidade de Santa Catarina, quando um ensandecido matou doze pessoas e, logo depois, cometeu suicídio, numa escola pública de Realengo, bairro da Zona Oeste carioca. Claro que precisamos superar o trauma e seguir adiante, mas não se pode perder a capacidade de se emocionar com esses episódios, na justa proporção que eles demandam.

Aí, cabe a pergunta: será que uma pessoa qualificada técnica e psicologicamente, com autocontrole e treinada, que detivesse uma arma de fogo naquelas circunstâncias, não poderia ter evitado esses homicídios? Ou, indo mais adiante no argumento: se a posse de arma fosse permitida, será que o benefício da dúvida não teria dissuadido os homicidas a cometerem os crimes, justamente por temerem ser mortos por alguém armado, ao investirem contra os inocentes? Caramba, é preciso estancar o mimimi dos pacifistas com escolta, a galerinha do 'eu me armo de livros' e cair na realidade, enxergando a arma como um instrumento de defesa, não de ataque. Porque é bem provável que nem a mais pesada das enciclopédias atirada inteira sobre esses bandidos os fizesse parar.

O problema que o Brasil vive hoje não são as armas que poderiam vir a ser vendidas ao cidadão capacitado para tal, sob o controle da autoridade competente - em estrito respeito ao referendo de 2005. O que nos aflige a todos é a profusão de armas ilegais, roubadas e contrabandeadas, em sua maioria de grande poder de fogo, nas mãos da criminalidade. Essa é a verdadeira tragédia!

Veja-se o caso do terceiro evento grave da semana: a incursão policial na favela do Jacarezinho, Zona Norte do Rio, nesta quinta-feira. O tráfico come mais solto do que nunca e os crimes campeiam livremente, desde que o 'iluministro' Edson Fachin, do STF, determinou (sim, eles determinam!) que a Polícia estava proibida de manter a Lei e a ordem, de modo específico, naquela terra de ninguém. Um Policial civil perdeu a vida, coisa que a sociedade lamenta profundamente, e mais de vinte marginais (tratados pelo eufemismo de 'suspeitos' pela mídia) foram eliminados, numa operação autorizada pelo Ministério Público - única exceção à norma ditada, admitida por nossas excelências excelentíssimas para se penetrar o território do tráfico. A investida rendeu, ainda, a apreensão de um arsenal assustador, que os traficantes tinham à sua disposição.

O detalhe interessante é que a Polícia encontrou documentação do MP sobre a realização da operação com os bandidos mortos, o que significa que houve conhecimento prévio da ação por parte dos criminosos, com a provável colaboração, mediante conivência, de alguém pertencente aos quadros do Ministério Público. Isso é inaceitável e gravíssimo! Cabe uma investigação rigorosa e uma punição não menos a quem tenha contribuído para isso, expondo a risco as vidas de Policiais e moradores.

Enfim, só nos resta rezar pelas almas dos que se foram (se quisermos nos ater apenas às Professoras, às crianças, ao ator Paulo Gustavo e ao Policial André Frias, acho que Papai do Céu não vai se importar) e torcer para um fim de semana tranquilo e dias vindouros mais calmos, que nos permitam tocar a vida de modo decente.

Apesar de tudo, Bom Dia!

terça-feira, 4 de maio de 2021

Adeus, Paulo Gustavo!

Um talento espetacular e promissor nos deixou prematuramente neste quatro de maio. Perdemos Paulo Gustavo. Perdemos Dona Hermínia e Valdomiro Lacerda. Perdemos o riso solto, os 'cacos' perfeitos, o improviso genial. Foi-se para sempre um precioso sopro de vida, que redemoinhava em torno de nós, rápido como as tiradas que ele criava em cena, com sua espontaneidade absoluta.

Você nos tirou o chão hoje, cara. A vida já anda chata, difícil, e agora não temos mais você para nos amparar e acalentar, com o seu humor.

Quantas vezes, vendo e revendo seus filmes, sua Hermínia e a tia Zélia me trazem o carinho do zelo e os frouxos de riso da minha saudosa mãe! Quantas lembranças dos tempos de adolescente e mais jovem me vêm à mente, com as situações retratadas no dia a dia da família que o seu brilhantismo trouxe para as telas! Quantas lições tiramos da vivacidade e do humor inteligente com que você nos brindou nessa jornada!

O paraíso deve estar precisando de um reforço na graça. E o diretor sabe em quem confiar para cumprir essa divina missão.

Ficamos órfãos do seu espírito leve. Que ele então voe fácil e o conduza mais rapidamente ao encontro do Pai, no céu.

Siga em Paz, Paulo Gustavo! Nossos aplausos. De pé.

domingo, 2 de maio de 2021

Em meio ao aparente caos urbano

A gente não pode perder o olhar de turista dentro de nossa própria cidade. Especialmente se essa cidade for o Rio de Janeiro, onde a beleza está à volta pedindo que seja admirada. Não precisa ser o panorama descortinado do Pão de Açúcar ou do Corcovado, nem precisa ser um desses morros ou o outro, as suas imagens em meio à Natureza que os cerca.

Basta, por exemplo, a percepção da singeleza de um trançado luxuoso de galhos por sobre o leito de uma rua.



Que belo 'túnel' este, formado pelas árvores que guarnecem e adornam as calçadas da Rua Visconde de Pirajá, em plena Ipanema. Na agitação do trânsito ou no entra e sai de gente das lojas da rua comercial mais chique da Zona Sul, quase não dá para se contemplar a imagem. Nem mesmo a sombra, tão convidativa, nos tempos de calor.

E só um feriado para permitir esse flagrante tão calmo.

Viajar de ônibus é a minha forma de exercer esse olhar. Tenho certeza de que é por isso que os trajetos não me cansam. Ao contrário: a cada novo caminho ou até um mesmo caminho, venho deixando aguçar o meu senso de beleza das coisas.