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sexta-feira, 12 de outubro de 2012

Chifre em cabeça de porco


No Miss Brasil deste ano, uma das candidatas entrevistada pelo programa 'Pânico', agora exibido pela Bandeirantes, mesma emissora do concurso, reclama não ter ganho a disputa com um reclamo, no mínimo, esquisito. Diz ela algo do tipo ter vindo para tentar mudar um estado de coisas, o que, considerando o fato de a menina ser mulata, significava um protesto de cunho étnico, feito por uma afrodescendente revoltada por não ter sido eleita uma negra. Esqueceu-se a moça de que ela mesma havia chegado à condição de miss de seu estado (não me lembro se ES ou RR), o que constitui uma vitória, pois sim. Pelo jeito, pouco valorada. A propósito, também para o meu gosto pessoal, ela não era a mais bonita das concorrentes.

Naqueles mesmos dias, um obscuro Instituto de Advocacia Racial e Ambiental (IARA), entrou com representação junto à Controladoria Geral da União (CGU) para investigar a compra do livro 'Negrinha', de Monteiro Lobato, pelo Ministério da Educação (MEC). O motivo seria o pretenso conteúdo racista da obra que, assim sendo, não poderia ter sido adquirida com recursos públicos. Aliás, a entidade reclama ainda de outra obra, 'Caçadas de Pedrinho', também de Lobato e igualmente acusada de racismo.

Os dois episódios mostram que está na hora de refrear esse ódio racista que se pretende incutir na sociedade brasileira, onde jamais existiu. Em vez de buscar a harmonia entre as pessoas, viver em paz, tem gente mais interessada em usufruir seus quinze minutos de fama, ou lucrar, de algum modo, semeando a discórdia geral.

Que tal enxergar o semelhante realmente como um igual e, dessa forma, mostrar-se 'inteli-gente'?

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ConCidadão
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