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sexta-feira, 14 de maio de 2021

Alguém errei, não sei quem fui

O CDC (Centers for Disease Control and Prevention, em Português Centros de Controle e Prevenção de Doenças), equivalente norte-americano à nossa Vigilância Sanitária, cuja função é a proteção da saúde pública e da segurança da população, especialmente com relação à prevenção e ao controle de moléstias, andou errando feio nas contas. Ou tomando decisões com base nas contas de outros, que as fizeram errado. Verdade que contas não são de fato a praia da turma de Ciências Biológicas e que o pessoal das Exatas, como nós, Engenheiros, são melhores e mais confiáveis nisso. Mas, vamos ao problema.

O jornal The New York Times publicou que os CDCs declararam uma chance de 10% de transmissão do vírus chinês ao ar livre, quando, na verdade, a probabilidade é dez vezes menor, de somente 1%. Foi com base no cálculo errôneo que foram tornadas legais medidas de constrangimento, como, por exemplo, a imposição do uso de máscaras em ambientes externos, ao ar livre, para 300 milhões de pessoas, nos Estados Unidos. Surpreende que um 'erro de cálculo' dessa proporção, tão importante quanto controverso, na seara da Saúde Pública, jamais tenha sido questionado - ou que não tenha havido qualquer reavaliação posterior a essa trágica descoberta.

De acordo com a reportagem, 'não há uma única infecção por covid documentada em qualquer lugar do mundo, decorrente de interações casuais ao ar livre, como passar por alguém na rua ou comer em uma mesa próxima'. Ainda assim, em cidades como Chicago, parques foram fechados, ampliando o isolamento e a depressão para os cidadãos. Várias cidades como Nova Iorque fecharam playgrounds, apesar de serem ao ar livre e usados ​​pela população, lugares de baixo risco para a peste chinesa. Os estados fecharam parques e trilhas, que poderiam ter sido justamente as principais áreas de liberação para as pessoas, durante os bloqueios.

Ou seja, em decisões atabalhoadas, tudo errado. Mas tudo 'respaldado pela ciência', é claro. A tal referência de 10% foi baseada em uma classificação incorreta da transmissibilidade do vírus em Cingapura, tomando por referência, entre outros locais, canteiros de obras, classificados erroneamente como uma mistura de ambientes externos e internos.

A percepção é a de que foi gasto muito dinheiro e esforço de pesquisa na questão da obrigatoriedade de uso de máscaras e da restrição de movimentos externos, sem que se investisse concomitantemente em estudos que permitissem uma avaliação melhor da questão da presença do vírus ao ar livre. Com isso, a Economia foi afetada e esse impacto, por sua vez, atingiu centenas de milhões de americanos. Ainda assim, as falhas - relativas a suposições e cálculos - do artigo científico, divulgado em jornal de respeitabilidade consagrada, somente agora foram tornadas públicas e levadas em consideração.

Errar por dez vezes é como atribuir a mim a metade do peso de um automóvel. Um erro considerável, por mais que a balança me seja cruel. Não se pode cometer erros dessa magnitude, especialmente quando se trata do bem-estar de todos. O medo da morte parece estar enlouquecendo ou idiotizando as pessoas, que se veem obrigadas (ou o fazem por indução da mídia a serviço do caos) a atitudes completamente fora de um mínimo de razoabilidade.

A galera da Biologia deveria pensar em deixar as contas para a Engenharia ou a Matemática. Cada um no seu quadrado, pelo visto, é mais prudente. Alô, OMS, tome vergonha!

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